Ensinando gramática de uma forma reflexiva.
A língua portuguesa sempre foi motivo de confrontos, entre aqueles que pregam o ensino de língua como norma, e aqueles que acreditam que ela se dá de forma social, ou seja, gramáticos e linguistas.Numa perspectiva nova, cujo objetivo é ensinar a língua e não as normas a ela atribuídas, deparamo-nos com práticas obsoletas sendo exercidas por professores que focam em livros didáticos, apenas o ensino da Gramática Normativa (GN). Sabemos que o livro didático é um material de auxílio para o professor, mas cabe ao mestre focar atividades que não priorizem apenas o Ensino da GN, e sim atividades relacionadas com a língua em uso, pois certamente terá significado para seus alunos.
De acordo com POSSENTI (1996) em um de seus textos intitulado: "Porque (não) ensinar gramática na escola", o ensino de gramática não deve priorizar apenas regras gramaticais, esse necessita levar em consideração as multifaces da língua, numa corrente linguistica que entenda o ensino de gramática como uma prática reflexiva, uma prática na qual crie condições para que os aprendizes compreendam a língua e reflitam sobre ela em uma tendência pragmática, dando valor ao ensino de gramáticas através de textos orais e escritos, buscando como uns dos objetivos, como diria BECHARA, a formação linguistica do aluno.
Formar um aluno linguisticamente é papel da escola, e fazer com que ele saiba adequar seu discurso em situações conversacionais é papel do professor. Porém se em primeiro momento professores de língua focarem apenas o que é foi normatizado, estaremos desconsiderando o valor real da língua portuguesa, e voltaremos aos confrontos, intitulados de NORMALINGUISTCOS.
Fonte: http://www.recantodasletras.com.br/artigos/2591742
"O ensino de gramática em nossas escolas tem sido primordialmente
prescritivo, apegando-se a regras de caráter normativo que como vimos, são
estabelecidas de acordo com a tradição literária clássica, da qual é tirada a
maioria dos exemplos. Tais regras e exemplos são repetidos anos a fio como
formas “corretas” e boas a serem imitadas na expressão do pensamento.
(TRAVAGLIA, 2006, p.101)"
Ainda de acordo com Travaglia (2006), há uma ausência muito grande de
atividades que envolvêm produção e compreensão de textos o que poderia ser de grande valia para auxiliar no desenvolvimento da competência comunicativa. Podemos ver claramente adolescentes e jovens chegando ao ensino médio com uma deficiência enorme em relação agramática. Isso ocorre pelo fato de muitos professores aplicarem a gramática apenas de uma forma superficial somente para cumprir o currículo escolar, não levando em consideração as dificuldades do educando.